Uma terça-feira
05.09.24 | Catarina Gaspar
De comboio, 2023
Não sei o que estás para aí a dizer, nem sei se quero saber. Com tanto, já não oiço, tampouco saber se quero ouvir o que queres dizer. Tão pouco, poucochinho, a quantidade com que se mede o mundo, a medos de quem o quer ver. Mundo aqui, este, o meu.
- É o mesmo que o teu?
- Não sei.
- Não sabes? É sempre não, será?
Se é sempre, é sim? Um sim-não, que mundo o teu… Para quê tanto?
- Não me perguntes uma coisa dessas.
Vais ser sempre assim? Redondo, sempre de volta ao mesmo lugar. Não há conta que aguente tanto ou sapato que caminhe tanto ou lá o que é. Nem quero saber.